Hoje, nós falaremos sobre literatura, arte geral e a ciência por trás da constituição de um gênero literário específico. Vamos falar sobre o Afrofuturismo, um gênero de ficção científica que coloca negros e, geralmente, civilizações africanas como protagonistas do ultra-avanço tecnológico.
Nesse gênero, não somos nós, os brancos, os responsáveis pelo amanhã, diferente do que acontece nas obras que produzimos. Leiam como Kellen Carolina Vieira Silva, Acadêmica do curso de Ciência Política da Universidade Federal do Pampa, define o conceito:
"O afrofuturismo é um movimento artístico que perpassa diferentes meios, utilizando a música, politica, moda, entre outras disciplinas. Ele utiliza o resgate à mitologia e histórias africanas e se une com elementos da ciência tendo como objetivo a liberdade de expressão, autoconfiança e empoderamento negro. Tal conceito foi concebido ao mainstream com personalidades como Outkast e Janelle Monae (FRANK, 2016).
Os negros sempre tiveram suas próprias histórias, simbolismos e identidades do continente africano passadas pelas gerações, e que foram silenciadas pela aculturação e silenciamento desse povo que excluiu seu poder cultural. Portanto, mesmo sendo considerado apenas um gênero cultural, o afrofuturismo projeta as possibilidades futurísticas de um povo, ultrapassando o gênero cultural e influindo da vida real."
Para quem como eu, o Autor Atômico, entende melhor com exemplos, vou citar um filme que saiu 2018 nos cinemas e que tem o afrofuturismo como gênero. Se trata do filme do Universo Cinematográfico da Marvel “Pantera Negra”.
Nesse filme, nós vemos uma sociedade isolada no continente africano que sobreviveu ao saqueamento, à invasão e à colonização europeia. Dessa forma, ela pôde prosperar, avançando tecnologicamente à frente de qualquer outro povo.
O afrofuturismo é, então, um gênero literário-artístico que serve tanto como expressão como resistência da cultura afro. Ele é capaz de render muitas obras boas e curiosas. Nos tira da zona de conforto de acharmos que só nós, brancos, produzimos conhecimento. Ou que só nós, brancos, sabemos escrever boas histórias.
Hoje, diferentemente das outras vezes, abrirei para perguntas com ressalvas: não sou cientista político nem negro, logo tenho limitações no embasamento das minhas respostas, seja por ciência ou seja por experiência. Porém, quero saber a opinião de vocês sobre o conteúdo, se vocês possuem alguma obra afrofuturística que marcou vocês ou se vocês conhecem outros gêneros literários que coloca outras culturas não-branco-europeias como protagonistas.
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