Há alguns anos, havia um boteco perto da minha casa. Um desses botequinhos pequenos e sujos, com um pastel frito em um litro de gordura há mais de semana e outros salgados de precedências provavelmente preocupantes. Alguém, por algum motivo, viu que aquele lugar onde se vendia cachaça em garrafa de caçulinha a 1,99 daria uma ótima lancheria. Então, após isso, houve uma reforma no local, uma pintura, mudança de direção e de... nome. O antigo barzinho agora se chamava Big X.
Na primeira vez que passei ali após a reforma, um desconforto no meu peito começou a nascer. Eu não sabia o porquê, mas... algo ali estava errado. Comecei a caminhar rápido, agitado, ofegante. Fui acelerando o passo até chegar na esquina. Nessa esquina, olhei pra cima e vi outra coisa que me dava calafrios: “Georges Pastéis”. Essa péssima sensação perante um nome tão comum e sem graça me deu fome. Por pior que seja o nome da pastelaria, o nome anterior ainda era pior. Entrei no estabelecimento.
Era um dia chuvoso. Abri a porta de vidro, depositei meu guarda-chuva no guarda-chuveiro (é esse o nome disso?) e me sentei à mesa. Enquanto eu me aconchegava na cadeira, a garçonete me alcançou o cardápio. Peguei o objeto e, ao observá-lo, algo me assustou. Eu fui enganado! O nome é George’s Pastéis, mas eles vendem massa, xis e salada! Me senti aborrecido. Se eu, um dia, quisesse comer massa, ali seria o último lugar em que eu iria. Lógico que um banner na entrada com os lanches oferecidos pode mostrar os produtos, e também não é função do nome dizer o que a empresa vende. Mas o dessa dizia e estava errado. Eu não iria atrás de massa ou xis no George’s Pastéis, uma vez que o próprio nome já me dizia a suposta única coisa que eles vendiam.
Certo, preciso confessar. Esse pensamento mais desenvolvido sobre o tipo de produto que vendem só pude fazer depois, uma vez que eu estava preocupado demais tentando sobreviver à experiência de quase morte que tive com o infarto após ver o nome do xis: Big X. Meu coração acelerou, eu suava frio e eu olhava pros lados procurando algum lugar para me esconder. Pedi a senha do wifi. Será que eu estava esquizofrênico? Esse nome me perseguia. Entrei no Google e pesquisei por Big X. Milhares de páginas me metralharam. Se fizéssemos um projétil pra cada vez que alguém usou Big X pra algum produto ou lancheria, daria para fazer uma Terceira Guerra Mundial usando apenas metralhadoras. Para minha sorte, consegui sobreviver ao correr. Mas o fato é: Big X está em todo o lugar e não posso ser o único a ter notado isso. Já não bastava nomes de lancheria como Xis do Fulano, Xis-saborqualquer, X-nome do bairro. Onde vejo um Big X, é um sinal para fugir dali, sabendo que de diferente não tem nada e que será igual aos outros.
Talvez seja coisa da minha cabeça mesmo ficar preocupado com isso. Eu deveria fazer que nem os outros, que estão tão acostumados a esse nome genérico, que simplesmente ignoram a existência de estabelecimentos que usam esse nome ou de produtos também nomeados assim. É um nome que está em todos os lugares. Talvez, para evitar que possíveis clientes como eu tenham ataques ou outros simplesmente passem reto ignorando a existência da lancheria, o bar do lado da minha casa deveria ter escolhido um nome diferenciado, que realmente chamasse a atenção e me deixasse curioso e com vontade de entrar e conhecer o lugar e a mente criativa por trás de tudo, sugerindo até mesmo que seus produtos e atendimento são, também, diferentes.
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